Abraça-me...

Maria Antônia Canavezi Scarpa

Abraça-me...

me aperte junto ao seu corpo

dê seu peito desnudo para que eu debruce

o meu choro manso que você transformou

em uma caudalosa e densa volúpia

deixe que eu me aqueça em seus braços

que provaram serem fortes e meigos

quando sem vergonha ou pudor

me atirei para os seus beijos

A magia evolui em cadências sensuais

nas mãos sequiosas de carinhos

que distribuímos um ao outro...

mesclando breves e doces sussurros

perdendo-se na brisa fresca

que lívida de inveja ia recolhendo todo êxtase

que nós produzíamos meio a palavras desconexas

moldando um frenesi desvairado

Abraça-me...

não diga que vai embora, ainda quero mais

nem que esteja prometendo voltar

quero viver essa ardente quimera

me sacie com tudo que puder

não deixe secar nem a sua nem a minha boca

me toque, me molhe por quanto tempo puder

pois todas as horas do mundo

no seu aconchego quero assim...ficar!

Tília Cheirosa
Enviado por Tília Cheirosa em 21/06/2007
Código do texto: T536198
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