Abraça-me...
Maria Antônia Canavezi Scarpa
Abraça-me...
me aperte junto ao seu corpo
dê seu peito desnudo para que eu debruce
o meu choro manso que você transformou
em uma caudalosa e densa volúpia
deixe que eu me aqueça em seus braços
que provaram serem fortes e meigos
quando sem vergonha ou pudor
me atirei para os seus beijos
A magia evolui em cadências sensuais
nas mãos sequiosas de carinhos
que distribuímos um ao outro...
mesclando breves e doces sussurros
perdendo-se na brisa fresca
que lívida de inveja ia recolhendo todo êxtase
que nós produzíamos meio a palavras desconexas
moldando um frenesi desvairado
Abraça-me...
não diga que vai embora, ainda quero mais
nem que esteja prometendo voltar
quero viver essa ardente quimera
me sacie com tudo que puder
não deixe secar nem a sua nem a minha boca
me toque, me molhe por quanto tempo puder
pois todas as horas do mundo
no seu aconchego quero assim...ficar!