Louca fuga

Por desprezar-te tanto é que fugi

E depois que meus olhos se ausentaram

De ti, a solidão instalou-se, e calmo ouvi

As vozes do silêncio que me completaram.

Arredio, voltei bucólico a reescrever

A natureza, folha a folha, canto a canto

Do azul ao verde, sem nada perder

Da cálida manhã, ao noturno acalanto.

Foi tanta a alegria que me enchia a alma

Foi tanta a força que a paz trazia

Que os sorrisos vertiam espasmos

Não de dor, mas de tal e puro prazer

que, de súbito, me dei conta de que fugi

Só para, louco, tornar a ver-te!

Anna del Pueblo
Enviado por Anna del Pueblo em 04/09/2015
Código do texto: T5371142
Classificação de conteúdo: seguro