QUER ESQUECER, NÃO ESQUECE
Coração indiferente...
É como navalha afiada,
Fere o coração da gente,
Como alma desalmada!
A sua voz que inebria,
Mais doce que fruta madura,
É uma indizível mistura
De mel e de melodia!
Assistiu a mil torneios,
Do alto de sua janela,
E viu milhares de príncipes, cheios
De amor, morrerem por ela!
Um dia por ela passei,
Passei pela dama singular,
E nem sequer me voltei,
Me voltei para a fitar!
Hoje, vive olhando para o além,
Quer esquecer, não esquece;
Procura a sombra de alguém,
Este alguém que nunca aparece!
E estas lágrimas sentidas,
Rolando na sua face bela,
Contam que vem das feridas
Dos que morreram por ela!...