O Espantalho

Desfaz –se no edificar,

A construção de um amanhã,

Nele, em paz, versejo dentro de mim,

Vindo de algum lugar.

Não é o coração que move os meus sentidos;

Acaricio o seu dorso inquieto...

É a terra que,

Embora não sendo lavrada,

Semeei na amplidão;

Ao longo dos mais duros anos plantei,

Recusando a oferta de dias melhores.

Acreditei no tempo,

Sofri as desavenças

do que parecia injusto, inseguro,

Deixando o meu sonho morrer,

Crendo no futuro.,

Antes de tudo

colocava-me junto,

Hoje, distante dos corvos,

Deixei para trás uma sombra.

É ela que lhe espanta,

Como aos que roubam a minha semente.

Sendo eu crente,

Posto no campo como espantalho.

Sou uma lápide persuasiva,

Uma parte de mim que ficou,

O silvo de uma árvore

sob a tranquila sombra de uma nuvem,

Ou o barro amassado

debaixo dos cascos dos animais,

Sendo, ainda, a vida

que necessita ser levada pela chuva

Para resplandecer.

Vou vivendo assim,

Além de tudo que existe,

Sendo um mistério!

Pleno na fé

de que ao morrer nesse papel,

Sofrido, como germe,

Inicio uma nova vida frondosa,

sem critério,

Tendo a raiz do meu cerne,

Fortemente fincada na terra,

E o peso dos meus braços doloridos

Dignamente abertos para o céu.

A Pillow Of Winds

https://www.youtube.com/watch?v=wFt99jcazHs&t=59s

Alguns dos frutos mais doces crescem entre os espinhos . Muitas vezes nos sentimos desanimados com os nossos objetivos de vida. Nós nos damos conta de que estamos nos esforçando ao máximo, mas não vemos os resultados: fazemos uma força que não gera trabalho. Os celtas nos dizem para não deixar que essa situação, com certeza difícil, acabe com as nossas reservas de esperança: com o esforço e a constância, os resultados positivos chegam, embora nem sempre sejam os esperados. O trabalho duro é um grande aliado da sorte. Pode ser que o caminho seja longo e cheio de obstáculos, mas a recompensa sempre vai valer a pena. Pense que de pouco servem as inspirações se não estivermos trabalhando.