VILA (I)

Antigo bairro de minha morada

onde de calças curtas percorri as ruas...

Ah!...Vila Madalena muito amada;

quantas lembranças, hoje tenho tuas!...

Vivi a minha infância e a alvorada

da minha adolescência...das duas

tu és a testemunha da felicidade almejada

e também das dores nuas, cruas!...

Ao percorrer as ruas desertas e sossegadas;

eu que mal conhecia as ciladas

do amor que os corações humanos tumultua;

foi que eu conheci (as alegrias da vida esperadas

de um jovem adolescente; ali consagradas)

da minha vida o eterno amor...completamente nua!...

VILA (II)

Maria, eu volto aqui, aqui bem onde

um dia o nosso amor (meu Deus) floriu!...

Aonde será (Maria) que ficou, se esconde

aquele nosso amor cego e febril?...

O modernismo aqui chegou, e substituiu o bonde;

uma passagem subterrânea então abriu:

agora é o “metrô” que então responde

pelo transporte público que anda “a mil”...

Eu grito e não encontro nada que responda

a uma pergunta minha e então me ronda

uma tristeza imensa, cruel e vil!...

Aonde está (se há aonde se esconda)

aquele que percorria feito onda

nossos corpos?...o nosso imenso amor...amor febril!...

(GERALDO COELHO ZACARIAS)

Coelho Zacarias
Enviado por Coelho Zacarias em 04/10/2015
Reeditado em 04/10/2015
Código do texto: T5404145
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