Tsunami

A mulher pensava que o amor

Tinha o leve gosto de uma flor

Escrito em letras vermelhas

Numa tabuleta amarela

Numa rima tão pobre e sem cor

Até perceber que o amor

É um formigueiro veloz

Um calango atroz

Uma ostra vazia

Faca ferina

Ramo de espinho

Raro deleite

Confete azul

Picar saboroso

Passeio numa tarde

Arder leve de sol

Estrondo de um tsunami

Coisa sem forma e sem nome

Capaz de rimar sem rimar

E que, como já dizia um tango

Pecado maior é não amar

Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 07/10/2015
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