Musa do amor
Que as mãos cálidas da noite e a força dos homens
Revivam a flor das utopias esquecidas,
Musa inspiradora dos amores a bailar,
É no teu âmago colorido e apaziguado
Que o poeta se encanta e faz o amor se encantar.
Há, há em ti, beleza e claridade inabitadas,
Em teu vozear as enamoradas canções
Abarrotam, povoam por completo
De verdadeiro amor, de vida e de emoções.
Diante deste vozear que as amarguras acalma,
E transforma o sutil acúleo em flor aromática,
Quão importante és tu, ilusão dos homens felizes
Tu que és dona do poder, ó relógio do tempo
O espectro melancólico do trovador a flutuar
No dilúvio das consternações; e, encarando o estrondo
Da tempestade contínua, passa sussurrando, luz divina.
Musa inspiradora, quando de minha cabeça jovem
A derradeira realidade for por terra, assim como
A lamina de ferro atraída pelo imã
Que ao vento lança a sopro da estação amena,
Ah! na tua essência amiga
Abrigue-me, - e terá meu coração sonhador,
No lugar de alguma realidade que teve,
A fantasia, pensamento utópico do amor!