AMORES DE POETA

Dores próprias e emprestadas
Expressões de sentimentos
Puras formas de alegria
Companhia e ainda assim
Estar por vezes sozinho

Aquele reino secreto
Que encontra seu olhar
A perceber o brilho, a centelha
Desejos de desvendar
O cerne das criaturas

A variação manifesta
Instigante em si mesma
A natureza perfeita
Bela, secreta, inefável
Suspiros da existência

Toda luz esparramada
Nos reinos da criação
E a sombra que desperta
No poeta compaixão
Também ele ama, sim

Mas os poetas que conheço
Não amam apenas isso
Há muita coisa inda aí
Viajar de vez em quando
Conhecer novos lugares

Todo poeta se encanta
Quando está perto do mar
Ama a lua, as cachoeiras
Os rios, as estações
O sol, o céu e seu lar

Apreciar os bons vinhos
E jantares animados
Ir a festas com amigos
Sair só pra distrair
Reunir-se e conversar

Ama as palavras, os livros
Estudar e conviver
Divulgar nossa cultura
Prestigiar a formatura
Divertir-se pra valer

Desconheço um poeta
Que não goste de dançar
Do tipo desanimado
Porque o poeta ama a vida
Essa amplitude de ser

-alguém vai me contrariar?