Amanhecer
É contagiante, envolvente.
Viajar em um sorriso, se envolver em um olhar.
Ah os olhares... Quando estes se cruzam é ensurdecedor e embriagante.
É como o despertar da aurora da vida: alegre, cheia de luzes e cores iluminando “meu céu”.
Queria tanto me perder na dimensão de teus olhos,
E me acalentar em meio aos teus braços.
O seu cheiro me envolve, me fascina e me desconcentra.
O seu toque suave me envaidece,
E sua gentileza me encanta.
É um misto de sensações e sentimentos que fogem ao controle.
Irrita, comove, atormenta, alegra, entusiasma, excita.
Você desperta o melhor e mais intenso em mim:
O frio na barriga, o gelar das mãos, a falta das palavras. Piegas!
Eis a influência do amanhecer. Faz-nos querer quebrar as rochas,
Querer dizer tantas coisas, gritar, cuidar, beijar...
Mas ao mesmo tempo faz querer calar, calar por medo, por prudência.
O mistério do desconhecimento torna-se tortura,
Mas a doçura dos instantes dedicados torna-me confiante novamente. Devaneio!
A única certeza é a de que você me faz bem.
Você é como o alvorecer, dando-me forças para destruir a saraiva,
E renovando a ambição de um dia adentrar ao seu coração.
Ridiculamente piegas, porém verdadeiramente sincero.
O sol se põe, a noite chega e com ela mais uma vez o receio.
É mais um espetáculo da vida vivida “um dia após o outro”,
Esperando pela próxima aurora,
Na qual, quem sabe, eu também possa ser ansiosamente esperada!