E depois da boca

E depois da boca

um dia todo se abriu,

existiu em toda cor.

Alaranjado esplendor

rajou o azul-crescente

na paz inocente da manhã.

Vejo-te a floresta dos olhos

e as serras bordadas em verde.

Vejo-te o passaredo, a matilha

e a verde trilha a vicejar.

De tudo quero mais

e tão capaz serei

de tudo outra vez.

E depois da boca,

da pouca chance de escape,

o embate, a vitória.

Uma história reescrita

na glória dos sentidos.

Tal maresia silente

a tão quente temperatura,

fez-nos suster a brasa,

extremá-la ao incêndio.

Cobiço-te assim, pura chama.

De tudo quero mais

e tão capaz serei

de tudo outra vez.

E depois da boca,

vou contigo a recantos,

nos entretantos de mim.

Reflito o céu, imito a cor,

remonto o vapor das nuvens.

Por que sou rio

de correnteza mansa,

sopro de vento, arrepio.

Por que sou rio

sorrindo ao mar,

nova chance de amar.

De tudo quero mais.

De tudo outra vez.

Felix Ventura
Enviado por Felix Ventura em 28/06/2007
Código do texto: T544352
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.