MINHA CONSTRUÇÃO

Caminhava perdido, trêmulo,

com a alma em frangalhos, bêbado,

me sentindo dos homens, o último,

e a morte ali tão próxima.

Sua mão estendida, tímida,

seu sorriso meigo, mágico,

tirou do meu rosto as lágrimas,

me fazendo sentir único.

Sua voz que trazia música,

iluminando meu sábado,

me fez parecer tão lógico,

plebeu transformado em príncipe.

Afugentou minha cólera,

com sentimento tão sólido,

que meus passos antes trôpegos,

agora desafiavam o tráfego

e pelo meio do público,

buscava você como um náufrago,

já com a esperança pálida,

debaixo de um sol tórrido.

Finalmente, você tão cândida,

surgiu num passe de mágica.

Amor perfeito e pródigo,

bendita mulher, uma dádiva,

beleza selvagem, mística,

de alma transparente, cálida,

poesia de beleza única,

devolva crença a um cético.

Télio Diniz
Enviado por Télio Diniz em 10/11/2015
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