AMOR PROIBIDO

Lá na passagem do vau

No riacho da água fria

Depois da curva da cava

Uma história de amor surgia.

Entre os troncos penumbrosos

De um lindo Ipê amarelo,

Um livro sem capa, sem prelo,

Que somente os personagens

O enredo conhecia.

E a cada encontro escondido

Dos dias que se seguiam

Sob os galhos farfalhantes,

Os fervorosos amantes

Novas cenas do opúsculo

Outras páginas escreviam.

Quando não interrompidos

Pelo balançar dos salgueiros

Ou pelo trote ligeiro

De um cavaleiro atrevido,

A fuga sem despedidas

Deixa então interrompida

A mais doce das carícias,

E o capítulo inacabado

Do caloroso romance

Que por um triz, um relance

Viesse ser publicado.

Maria Helena Camilo