INCESSANTE DESEJO

Sempre que tu punhas a cabeça sobre aqueles ombros,

Punha-se ao seu pescoço

E cheirava-lhe os cabelos,

Ascendia-lhes um imenso desejo.

Mas por motivos ocultos,

Era-lhe maior o medo,

Talvez de lhe permitir saber o quanto a amava,

E embora os seus corpos estremecessem,

Impiedosamente negava-lhe um beijo.

E inexplicavelmente ia-se,

Inda que ardente de desejo.