* Ventos uivantes *
"...Noite fria,
Falam-me os ventos uivantes.
Dos beijos e juras de amor que presenciou em vão...
Das alegrias dispersas,
Dos olhares trocados,
Das lágrimas que vertem de corações iludidos.
Dos amores perdidos,
De vidas sem razão.
Escuto e silencio a cada soprar!
De onde vem esse gélido sentir?...
Do Polo Sul, ou das águas frias do mar?
Não sei!...O amor não tem parada!
Vem de onde menos se possa esperar...
De colinas perfumadas na Espanha...
Ao "deserto" solitário de Dakar.
O vento que uiva lamurias,
Meu peito que sente,
Meus olhos que transbordam,
Pensamentos distantes na mente,
A música que sente,
A fala que mente,
A palavra presa entre os dentes,
E sozinha, ouvinte...me faço presente!
Se sinto, é porque sou!
Se sou, é porque existo!
Se existo, me calo!
E aos ventos uivantes, me entrego....
E nada mais falo!
De corpo e alma!..."