Meu amor...
A esperança que se finda,
e a lembrança, como que vinda
de um passado ignorado,
faz a saudade perguntar-me por ti...
Não desse que agora fala
coisas que me machucam infinitamente,
mas do outro de ti que não existe há tempo,
que não permanece mais em acalento,
como as palavras que declarei ao vento
e que se foi
em algum momento que não divisei...
durante o sono do meu coração.
A ele,
o sim que murmuro,
a ti,
o não que já não aturo
na seara seca da minha imaginação.
Se agora tremo,
numa triste sede de solução,
verto todos os cálices de libertação
e acalmo os meus dedos trêmulos
nos lábios que não encontram mais palavras.
Mas ainda te amo.