Meus olhos em você

Acordo sem saber,

Para onde direcionar estes olhos,

Sem entender

Em qual lugar os deveria repousar.

Meus sentidos dormentes,

Agora já não mais podem divagar,

Pois antes eram dementes

Nesse momento possuem um porto para sentimentos desembarcar.

Esses olhos que ora exprimem tristeza,

Podem ser vazios – a morada dos loucos,

Carregados de rancor ou leves pela sutileza

São sintomas de um circo do qual marasmos correm soltos.

Entre vidas que foram passadas,

Já descansam em paz serena.

Espíritos com convicções outorgadas

Vivem pela consciência plena.

Ainda engolfado por solidão,

Porém junto a bel prazer,

Algo se solidifica em meu coração

É um fluir que não pode se refrear.

O encanto que roubou meu olhar,

Os redigindo para o céu,

O proporciona pelo peculiar

Debaixo do mistério da vida – a mesma encoberta por um véu.

Entre paixão, amor e lucidez,

Vivo a observar você com toda sua riqueza,

Esse alento cortês

Que carrega e emana a sua beleza.