EU TENHO A MIM, E, DE COMPANHIA, A SOLIDÃO.

Do alto da mais cruz agonia,

Devora-me um quê de tristeza.

Todo amor fez-se avareza:

Restam-me sobras e nostalgia.

Ermo do mais descampado destino,

Vou-me enamorado proscrito,

Amaldiçoado com dor e sem grito,

Silêncio dum fracassado ladino.

Embora tendo conhecido o amor,

Unido ao teu embriagante frescor,

Tornei-me cativo da solidão.

Inclinação da alma para o horror,

É meu o inaudito grito de dor.

Sinto-me trevas, pura aversão.

Elton Diniz Pacheco
Enviado por Elton Diniz Pacheco em 01/07/2007
Código do texto: T548254