OLHOS DA SOLIDÃO

“As palavras são os olhos da solidão...”

Um sinal, ou rio em busca do mar?

Luz a deriva? Diva amiga na escuridão.

Palavra, quem és tu? Ou o que és tu?

Vives e morres? Ou morta sabe viver

do fronte da boca. Na mente semente

lá vem ela brotando luz em seu nascer

neném. Se faz adulta ou não também.

Presa sim. Esquecida talvez. Nunca surda

por sua astucia angelical e infernal de ver

no dobrar dos olhos d’alma, o mal e a cura,

nesse vai e vem de palavra em palavra-ser.

“As palavras são os olhos na solidão...”

Ah, preciosa palavra! Vem pra mim

então... deixa-te cair do céu estrelado

e no escuro de trás do olhar encontra-me!

Viaje anos luz dentro do meu silencio. Viaje

calada e calando os ruídos da solidão ame!