*Solilóquio
Se acaso pretendes colher-me como adorno para tua lapela ...
Não o faças ! Não limites o meu tempo, fazendo-me fenecer em teu peito apenas por uma noite.
Nem me esqueças marcando a partitura, adornando a canção da amargura, o "Réquiem "emudecido em meus lábios.
Adornar-te-ei , não nesta vida, nessa efêmera lida denominada amar.
Enfim serei colhida, rosácea em mármore erigida para tua lápide emoldurar."
*Presume-se que solilóquio seja um monólogo, um diálogo consigo mesmo, um título aparentemente divergente , já que os versos parecem ser direcionados à alguém .Eis a questão :mas e quando as circunstâncias nos distanciam do receptor , ou o mesmo não quer nos ouvir? Nossos versos não se tornam solilóquios?