O amor e as suas despedidas

O amor e as suas despedidas.

Não podemos mudar nada do que já passou, mas,

o que além do vinho poliniza os invernos do amor?

O que podemos fazer para mudar o encanto que sobrou,

de amores que o tempo levou?

Aquilo que no passado existiu na alma,

cuja dádiva no presente não se esgotou?

E os amores irreais ao luar,

que ao contrário de outros ao longo da vida,

insistem em não nos abandonar?

Se é mudando o hoje que teço o amanhã,

porque se mantém juvenil essa brisa anciã?

E essas nem tão cicatrizadas e doloridas feridas,

que requerem sempre lambidas ao longo da vida?

E quando a física ausência,

com cores secretas na consciência,

latejam o vazio de sua presença?

Beijos e abraços que o ranger da cama nas madrugadas,

impunha o compasso.

Viver o luto de não ser mais os lábios vitais para a amada,

é das dores daquela que não mais vem comigo,

o pior castigo, a mais celerada.

Quando esvaziar dela,o meu coração,

Não mais ser os acordes da sua canção

seria esvaziar-me de mim mesmo,

Porque sem os teus beijos, estarei sempre à esmo.

Quem suportaria a agonia dessa indesejada alforria?

Mas, será ela que me interessa,

ou, será o abismo desse amor que nunca cessa?

Alguma outra musa manteria acesa a fogueira dessa promessa?

Dormir para sempre ou com a chave do verão urdir outra festa?

Já sei, vou viver esse luto como um tributo,

às uvas que no seu corpo minha boca saboreou, .........

nunca esquecerei minhas mãos massageando as suas costas,

dando-nos momentos preciosos sem perguntas ou respostas,

seus risonhos pedidos para subir o zíper do seu vestido

e outras lições sem dor,

que nosso amor nos ensinou, com um largo sorriso

Sendo assim a vida uma sucessão de despedidas,

agora despeço-me de ti, dentro de mim, minha querida.

Barthes.

BARTHES
Enviado por BARTHES em 03/01/2016
Código do texto: T5498640
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