Refrigério

A tristeza transborda os olhos

Envenena a alma

Sai pelos ouvidos

Quanto tempo vem sendo perdido

Lamentando

Ressentindo

O Espírito aprisionado

Já não atina direito

O pensamento se embota, indefinido

O rio da vida está poluído

Inundado de mágoas

Ele corre, sofrido

Enfraquece-me os ossos

O corpo destrói

Descem-me lágrimas sem cessar.

Mas de repente, ouço sua voz e

Este mundo lúgubre imediatamente, quero deixar

Mausoléu dos dias idos

Doloridos

Que estão sempre a conduzir-me

Para diante de um mesmo muro

Quero dançar outro ritmo

Viro o disco

Recomeço

Sem ensaio

Nem aviso

Me despeço

Sem fuga

Nem receio, a linha atravesso

Pulo o tal muro, enfim.

O Amor toma conta de mim

A alegria me seduz

E esta recém-nascida paz de espírito me traz luz

Luz esta que ilumina

Uma nova correnteza

De águas limpas, tão cristalinas

Me deito na grama sob os raios de sol

Me deixo purificar

E a música dos livres começo a escutar

Sua melodia é doce

Suave

Refrigerante

Renasço feliz neste instante

Brilho novo no olhar

Um lindo alvorecer

É que do outro lado daquele muro só podia estar mesmo você.

Maria Carolina Velloso Mello
Enviado por Maria Carolina Velloso Mello em 17/01/2016
Código do texto: T5514203
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