À espera de uma estrela

Aos pássaros a terra mostra a sua história:

traços leves, arranhões profundos

valas a rasgar o corpo que vem de longe e

que se desvanece, sem fim à vista.

Como nós.

Quando se volta à lucidez, vai o sol alto, a vida adiantada

e sente-se, crescente, a fome de palavras

de voz que dê sentido à luz e à lama

ao amor da vulgaridade.

Somos corpos em chama

começo e fim de mundos prometidos

em todos os caminhos.

Nas tripas da cidade há perdidos e ocultos.

É lá que apodrecemos à espera de uma estrela.

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 18/01/2016
Código do texto: T5515145
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