CRENTE
Sepultada a esperança
Na culminância deletéria do desencanto,
O que sucederia se você se rendesse
Ao laço do desamor?
Com certeza, sua alma descansaria no leito da treva.
E se ao cair no vazio você descresse
No braço do amor?
Mas você, crente, é duro na queda.
Ressuscitada a esperança
Pela etérea rutilância do encanto,
O brilho outrora perdido se refaz
Nos olhos mesmos em que o pranto,
Tantas vezes vertido, agora fanado jaz.
Se ao menos você morresse
Para a falsa realidade,
Talvez você renascesse
Para a valsa da eternidade.
Levar a vida sem amor é como internalizar a treva,
Posto que o amor é sol, luz que eterniza a vida,
E apostar no desamor é peleja de antemão perdida,
Por mais altivo que seja, é voo fadado à queda.
Armado de amor, você vence o mundo,
Vencendo o mundo, você conquista a glória,
Voa mais alto, mergulha mais profundo,
Vivendo de amor, você glorifica sua história.
Porque do amor
— Não do mundo —
Você recebe a paz;
Porque do amor
— Tão profundo —
Você recebe amor... ainda mais.