O Anseio dos Marinheiros

Enche-me com a tua vela,

Pois, estou disposto a navegar

em imensos cubos turquesas de mar...

Vou ficar olhando teus olhos

Como o sol pousado no horizonte,

Se me disseres ao ouvido

por que o oceano tem escondido na fronte

a cor profunda do teu olhar,

Pois, a tristeza que a nós inunda, bate as tuas asas.

É o teu zumbido de abelha

Brincando em minha orelha a me convidar,

Adoçando-me com o néctar da tua voz,

Como se fora eu a flor embevecida,

Contida pelo teu beijo de centelha

em cada ponto de luz,

Procurando ver na incerteza

onde Deus guarda o rumo dos filhotes de estrelas

Escondidos no celeiro desses céus azuis...

Mostra-me os firmamentos,

Feitos de abraços, em nossos pequenos momentos ,

amarrados com cordas e lendas,

Rompendo a beleza guardada nos tecidos de renda

em arcas afundadas em tempestades,

Pelo índigo cubismo do mar.

Eram esses os segredos que eu não deveria revelar

quando sou navegado,

Traçado por sua rota literária,

Compondo o esboço irreal de escapar pelo mundo

Reconhecendo a lua como guia,

Na sinfonia dos teus poemas de amor.

Enquanto a leio em voz alta,

Explica-me tua ideia de sintetizar frases com rima,

E fica pendente tua intenção de mulher,

observada na poesia,

Que me olha marejada de tanto mar,

No diurno balançar do meu barco,

Para baixo e para cima,

Um parco solfejo a te embalar

estendido pelo comportado pestanejar das ondas,

Procurando o amor

no beijo de língua da orla extasiada.

Enquanto rola suavemente, amaciada na areia da praia,

A afeição desmaia dançando com a marola,

onde meu coração vencido entorna...

... o riso dos teus cabelos balançando ao vento,

claros e delgados,

Iluminados, batidos pelos ventos molhados de maresia,

Queimados sob o sol avermelhado

da moradia dos seus doces pensamentos,

Por onde ando,

No que sou quando me “voo” pela rua,

Caminhando no píer do seu peito entristecido

na noite tardia,

Tropeçando bebedamente

em frouxa melodia tragada pelo anseio dos marinheiros.

E assim eles partem sem que acabe o meu poema,

Saudando a noite fria,

Na qual lhes oferto uma caneca de vinho de rosas

dedicada à nossa memória,

Acenando da torre enevoada de nossa história,

Com a beleza ferida pelos seus espinhos

fincada no mastro da poesia de sua alma sofrida,

Inflada com a glória enternecida do meu dilema entediado

soprado com o vento que nos separa,

Tendo-a eternamente desejado...

... é tão bonito ver alguém crescer como pessoa e Sungha Jung cresceu. Parabéns

https://www.youtube.com/watch?v=MycEFlLDOkY

https://www.youtube.com/watch?v=iyMQRVA2pnc

https://www.youtube.com/watch?v=GuU-_ekvLQU