Dois em um

Se for só poesia, podo as asas, quero descer

Se cair, esborrachar, vai doer, vou sobreviver

Se for poesia, que a noite não acorde jamais

Que o dia martele sempre os meus tantos ais

Se não for, em nossos encontros consonantais

Reprisaremos as tentações em três dimensões

E o tempo será mero arranjo das provocações

E a vida palco para tantas e enormes emoções

Me pega pela cintura, e puxa mas com carinho

Fala o que quiser, deixo mas só se for baixinho

Deixe fluir inspirações não esconde de ninguém

Pois afinal, me diz, no fim da linha, o que tem?