Volta!
As lágrimas que amanhecem em meu olhos
Ainda mostram a sua imensa beleza
E por isso em mim permanece
Latente, mórbida e evidente uma grande tristeza!
Quem sabe se meus olhos sorrissem
Talvez eu pudesse, num momento,
Nem ter essa amargura incontida
Que vem de repente, como um lamento!
Mas, no entanto, como machuca
Um coração apaixonado
A simples ausência, por segundos,
Daquele ser tão amado!
Volta, vem dissipar essa nuvem
Fazer de novo o sol brilhar
Dar sentido, um rumo à minha vida
Vem de novo sorrindo me encantar!
Em cada gota dessa lágrima
Um pouco do meu coração se esvai
Não posso ser um peso na sua vida
Tampouco ser um corpo que cai!
Suporta-me em seu coração um instante
Como um beijo cálido, da véspera
Contenha meu peito, este amante,
Que hoje, mais que antes vive da quimera!
As lágrimas amanhecidas contam histórias
Tristes, longas, oportunas e distantes
Escorrem tórridas feito lavas
Da explosão de um vulcão espumante!
Observa o sofrimento e se apieda, com lucidez
Busca sem desespero uma saída e alega
Ao coração que bate e sofre por ela
As razões do acontecido e não se entrega!