Versos pra lua
O mais notívago serei, admirador dos tempos
Admirador da nova lua que tem sede
e que bebe do meus cantos
canto o quanto lhe sirvo, o quanto me compreende.
Vendo de longos fios ventosos
há quantidade de vida , num palmo vazio
e que se ergam nervosos
fechando-se com punho frio.
Quão sublime serão os meus borrões maquiados
de tintas em papel fresco
quantos serão os pobres coitados
que uivaram no roxo do escuro.
Mas tem lamúria
e tem rua
e mesmo que predomine a agonia
escrevo versos pra lua.