Quero te amar

Quero te amar

Quero te amar!

O corpo anseia.

A cama permanece inerte fria melancolia.

Ironia os lençóis em desalinho, pensamentos revirados.

Uma brisa invade a alma quase vazia.

Breve agonia.

Quero te amar!

Faz tanto tempo!

Tantas primaveras, tantos outonos.

A água ainda corre na bica lá fora.

No jardim ainda há relva macia, cama vazia.

A amoreira ainda dá frutos.

E o joão-de-barro constrói sua casa na velha paineira.

O velho banco de madeira surrado ainda está lá.

Foram-se tantos invernos.

Quero te amar!

Todavia, o tempo rasga o peito.

Invade a alma rompe barreiras

Deixam os rastros na face, sinais nas mãos calejadas.

Saudade companheira.

A lua está lá a iluminar a cancela.

A Cama permanece vazia.

Quero te amar!

Faz tanto tempo!

Se soubesse quantas lágrimas já morreram.

Quantos soluços ficaram entalados na garganta.

Quantos gritos empoeirados.

Saudade sua que não se explica!

Que não cessa.

Que não cala.

Preciso te amar que já te tenho para vida inteira.

Amantino Silva 25/01/2016