TEMPO PARA O AMOR

De quantas esperas

Faz-se uma vida,

De quantas entregas,

Completa-se uma paixão.

São tantos os mudos olhares

Que se fazem num surdo chamado,

E por quantas e quantas vezes

Calam-se sós, no coração.

Quantos murmúrios lascivos

Durante a entrega, sedução,

Quantos ais gemidos, suspiros,

Na amarga hora da desilusão.

Quanta dor sentida em solidão,

Tantos disfarces ali, na presença,

Pelo sentimento sufocado reprimido

Somente sentido a sós, em ausência.

Amor tardio, amor impossível.

Impostos por contingências da vida,

Perdeu-se a chance, a vez, e é incrível,

Como é louca e curta esta corrida.

Se amares, não espere o tempo,

Tempo certo p’rá se amar, não tem,

Ame, e não deixe passar o tempo

De ser amado e de se amar também.

Riedaj Azuos - 16/05/09 – O.P.O.