Poesia : Momento

Momento

Não me incentives a te amar

O momento não é oportuno

Preciso apenas pensar

Pensar como um pássaro noturno.

Não me incentives a te querer

O tempo já não sabe mais esperar

Requeiro que apenas me deseje

E deixe-me vagando como Saturno.

Não me incentives a te desejar

A minha alma se encontra indolor

Meu sonho quer novamente sonhar

Se esperar-te eu vou sobrepor-me.

Não me incentives a te amar

Pois é isso que eu mais anseio

Ter o seu amor no meu seio

Ter esse amor e nunca mais findar.

- Lacunas-

Tento entender-me, não consigo.

Até quando serão assim os meus dias?

Tento refrear-me, não lamento.

Até onde reprimir os minhas energias?

Não posso, não quero, não vou deixar morrer.

A magia existente em minha vida

A poesia incrustada na minha alma

Vou assim aos montes percorrer.

Os meus tempos se vão assim

Frios, inquietos, lentos, permanentes.

Mãos se escondem a minha passagem

Não tenho quem me diga: - sim

O dia que o meu tempo findar

Quero ter um sorriso nos lábios

Quem sabe esse realmente será

O meu sorriso sábio?

A vida não sorri para mim

Mas eu sorrirei dela um dia

Será um sorriso triste assim

Mas um sorriso firme, imerso em poesia.

Para que vida que te quero?

Minha alma cansada desnorteia

Tudo ao meu redor é retrocesso

Minha áurea não se norteia.

O meu sorriso não contagia

Minha alma triste inebria

Até os anjos que me vigiam

Não se guardam se contagiam.

Metade noite Metade dia-

Sou assim como me mostro

Metade noite metade dia

Metade inteira metade sozinha

Metade completa metade vazia.

Sou assim como me sinto

Como páginas da vida

Umas brancas outras escritas

Umas esquecidas outras lidas.

Sou assim como a vida

Umas tristes outras com alegria

Um dia de um jeito

Outro dia sem preceito.

Sou assim como pareço

Uma hora sol outra hora lua

Às vezes observo a rua

Sinto-me como musa nua.

Uma hora brilho outra hora escureço

Sou assim como a flecha

Às vezes dispara

Às vezes trava

Nas horas amargas

Que a vida me traz.

Sou assim como um pássaro

Às vezes sou cantiga

Outra hora sou brisa

E assim a vida vai

Trazendo-me arrepios.

E assim as estações me levam

Vou perto, mas também vou longe.

Perto da minha alma inquieta

Mas longe nas alturas íngremes.

Sou chegada, mas também despedida.

Ora vou ora venho

São os meus pensamentos que me levam

Que marcam minha chegada e minha partida

Nas alturas da vida

Sou uma saudosa poetisa.

- Quem é você?-

Estou a perguntar

Não vou repensar

Quem é você?

Que sai de seu eu?

Que me instiga com o olhar?

Seus olhos tão negros

Seus cabelos também

Olhar intrigante, romântico.

Carente, pede-me amor...

Mas quem sou eu?

Você me conhece...

Sou proibida de amar

Sou entregue a minha dor

Você não percebeu quando o seu olhar

Cruzou o meu onde nos olhamos pela primeira vez?

Sou flor que não exala aroma

Sou pólen que não se propaga

Sou relva que não se molha

Sou sol que não sente calor.

Não me olhe mais assim...

Seus olhos negros

Seus lábios firmes me atraem

Não anuncie mais no seu olhar

Que está a me amar

Posso não resistir

E cair nos seus braços

Envolver-me em seus abraços

Até já sonhei com você

Senti nos meus o gosto dos seus

Vi seu rosto moreno

Seu semblante sombrio

Sombrio de amor por mim

Acordei com gosto de você

Não sei se poderei te amar

Você nem sabe dos meus sentimentos

Os seus eu conheci no dia que te vi

Na noite que sonhei contigo.

Autora: Margareth Rafael Moreira Costa

margarethrafael
Enviado por margarethrafael em 09/03/2016
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