Adoça-me a curiosa ave...
Ao nascer-te flor,
Adoçaste-me a curiosa ave, com seu calor,
Vibrando aflita...
O voo que desmaia a alma, Deus nos permita dizer,
É o que sentimos sem rebeldia.
E tu apenas te delicias tão atiçada,
Depois de roubada pelo meu amor.
De que adianta beijar-te sofregamente,
Se, pela manhã, tu partes,
De repente,
Cavalgando as nuvens de poesia?
Vem que o mar a debater-se sem fim
é o teu corpo,
É o teu amar,
Querendo recolher-se em mim.
Então fica,
Como se existisse uma fruta salgada,
Para comparar a doçura do teu beijo...
Enquanto o meu ensejo de pássaro te bica,
Penetrando a tua casca dura e macia,
Provando a polpa, pura e vazia do seu alimento,
Vazia do nosso encontro,
A comprovar a tola imensidão do tempo perdido na distancia,
Que, ao comparar-se a fragrância do seu beijo,
Comprova ao teu beijo doce,
O quanto seria doce,
Diante do que fosse...
Recolhei-o, amada, querida,
Pois há algo nele que nos preenche de amor,
É muito mais que a nossa própria vida,
Quando sinto que dói o meu peito,
Carente do teu seio,
A cobrar os beijos eternos,
Que acalmam o romper da incerteza,
Na grandeza do anseio fraterno.
Estou morto pelo amor,
que de ti se aproveita timidamente,
Como se fosse o inverno,
Trazendo rubor ao pequeno sol abrasador,
que humilhado se deita cansado,
Entre o céu e o mar,
No sossego da colheita
que aleita a tua luz sem fim, sem maldade,
Em curvas de flagrantes declarações de amor.
Ah, vem, por favor, dizer-me o quanto me ama,
Proclama aos ventos,
correndo no horizonte as tuas palavras,
Até que vertam fontes
que espantem a saudade...
E do arco íris em ponte,
Vendo-nos amar,
O céu se confunda e traga a noite,
Para nos saudar com estrelas,
e rastro de vapores,
O resto dos amores esquecidos nas estações...
Somos nós a voar
em nossos próprios corações,
Com asas serenas de pombas brancas,
a dançar ardentemente perante o luar.
Que nos encante então, com a canção franca,
do amor que nos encanta,
Seja essa festa diante de tudo que nos resta,
E o vento em seu agito nos assopre divinamente,
Até que sejamos o pó das montanhas
cheias de neve,
ou simples estrelas,
Brilhando no que existe de mais breve no infinito.
“O amor é a única flor que brota e cresce sem a ajuda das estações.”
Khalil Gibran
https://www.youtube.com/watch?v=ylWMM7u5R-s
Durante o mês de junho de 1968, enquanto coletava mostra de fósseis nas redondezas de uma região do estado de Utah, nos EUA, o arqueologista amador Willliam J. Meister descobriu uma suposta pegada humana fossilizada, que foi datada entre 300 milhões e 600 milhões de anos atrás. A rocha estava na formação Wheeler do meio Cambriano — geologicamente datada de mais de 500 milhões de anos atrás. O achado, de início ignorado, causou controvérsia no meio científico, que sempre estipulou que as origens da espécie humana remontam há dois ou três milhões de anos antes da era cristã.
A enorme diferença de datas, contudo, não foi a única polêmica em torno do achado. O desenho da pegada humana, também apelidada de "pegada Meister", dava a ideia de que poderia ter sido feita por uma bota, ou um calçado com algum tipo de salto. Esta observação só causou mais controvérsias em torno da pegada, já que é difícil imaginar como seria possível haver um vestígio de um calçado centenas de milhões de anos antes da invenção de qualquer tipo de sapato. Além disso, esmagado sob a pegada, estariam restos de fósseis de uma trilobita, um animal pré-histórico de ambiente marinho do período Paleozoico - de 540 a 250 milhões de anos atrás.