PEDACINHOS ( 11 a 20 )

XI

Nos meus versos não há risos nem flôres;

Fi-los entregue do infotunio à mágoa.

E em momentos de negros dissabores

De alma dorida e de olhos rasos d'água.

XII

A inspiração que me deste

DEIXOU-ME DOCE SABOR,

fAZ RECORDAR UM CIPRESTE

nUMA PAISAGEM DE CÔR.

XIII

És tão pobre ... pobrezinha !

Sou pobre que até nem sei

Mas como sei que tu, és minha,

Dos pobres, sou um rei.

XIV

Como é doce êsse teu nome,

De poema e de harmonia,

Que me fere dia a dia,

Dia a dia me consome.

XV

Na inquietação dessas horas

De tormento indiscritível,

Ó coração, porque choras

Por um amor impossível ?

XVI

Tu me pedistes, outro dia

Apertando minha mão,

Que definisse, eu a poesia:

" A prece do coração. "

XVII

Era uma vêz um profundo

E eterno amor que talvêz,

Não haja outro no mundo ...

... que, afinal, era uma vêz ...

XVIII

Se eu te contasse a razão

Dos meus ais, dos meus queixumes,

Talvêz que, sem coração,

Zombasses dos meus ciumes.

XIX

Vi teu cabelo ondulado,

Lembrei-me da luz do sol,

Ouvi teu canto ... Enlevado,

Lembrei-me do rouxinol.

XX

Que importam separações,

Eclipses nas nossas vidas.

Se unimos os corações,

Se as almas estão unidas.

09/07/07