Complacente com o meu amor

...ajoelharei quando puder colher-te,

Flor primorosa,

Amada na solidão de uma lua,

Diante da luz platinada resplandecente.

Teu pranto vaga incoerente em ondas de nuvens,

Suntuosamente trazendo a noite,

Em que a minha paz se ergue silenciosa

da tua alma ausente,

Abandonada.

Assustada de ser complacente com o amor.

Teus espinhos não me ferem,

Transferem-se em pequenos cortes exangues,

de palavras sem nexo,

que adentram em meu coração,

De forma quente e primorosa como a noite,

Preenche com sexo o rocio de suas gotas

que sensibilizam as pétalas,

Estimulando, suavemente, a tua fragrância,

perfumando a face do dia

com um toque gentil...

Pensando no quanto tu me pertence,

Esqueço o que sou de fato, e realmente.

O amor é um ato de coragem,

Devo soltá-la,

Pois, aninhar-te em minhas mãos,

Em meus braços,

É dar a ti pequenos espaços ,

Para quem não suporta mais a clausura.

Sei que necessitas de tua liberdade,

É o que lhe dou nesse momento de quietude

Como se fora um presente,

Para que possas respirar.

E então, eu possa saudar a flor livre, reticente,

que existe dentro de ti,

Com um beijo terno na boca...

O choro que me vem,

e tu o ouvirá alegremente,

Colhendo-me em gotas de chuva, displicentes,

Caídas da face oculta que te adora.

Busquemos então a felicidade,

sem a vaidade do suplício,

Como o sol tem seu solstício de verão,

Tu vens com ápice pulsando dentro de mim,

Num florescimento interno que me dilacera...

É meu cobertor,

Na mudança dessa estação que me refresca,

Refrigera a minha alma.

É o amor aquecendo na madrugada

o coração que trago entristecido,

como é o frio do inverno

levado a sonhar com a primavera...

Quantas mentiras nos foram contadas

Já que passaram as comemorações acho que posso tocar no assunto sem o risco de ser linchado. O leitor normal está achando que eu exagero? Agora querem palpitar até sobre “como” escrevo. Não admitem que alguns não se importam que eu fique repetindo as minhas teses, opiniões e críticas, sabem que este é o meu estilo, me suportam e alguns, por incrível que possa parecer à estes “desocupados de plantão”, até gostam, principalmente das criticas que faço às biografias pintadas, decoradas, maquiadas, adulteradas, deformadas e muitos e muitos “adas”, enfim, não suporto tais mentiras, além da educação rigorosamente religiosa, quando eu era moleque me apoderei duma coletânea de biografias do papai, Antônio Gonçalves Dias Filho (1933-83) – nome pomposo né? – quatro volumes, “Ensino Renovado de Biografias”, Editora Formar, São Paulo. Que pena, só tenho dois volumes, do “A” ao “C” e do “L” ao “P”. Adolescente comecei a “ver” que a História é mesmo contada pelos poderosos e revisada por intelectuais, pesquisadores, historiadores que, muitas vezes, consomem suas vidas lendo incessantemente, diuturnamente e, muitas vezes, também, deixam o trabalho, de toda uma vida de árduas pesquisas, num “relatório” ou num “livreto” que será lido por poucos. Tudo isto será corrigido agora, com o advento da alta tecnologia.O que for significativo será tratado condignamente. Vou tentar fazer jus ao título encerrando este primeiro parágrafo.

Sou “gonçalvino” – “existe nos dicionários” – não há como não sê-lo, entretanto, o fato de Tiradentes não ter morrido enforcado coisíssima nenhuma e, mais, que 14 anos depois teria montado um negócio na cidade do Rio de Janeiro, na Rua Gonçalves Dias, à época Rua dos Latoeiros, está em tudo quanto é canto na tal da Internet, é só comprovar. E por falar em historiadores que revisam, redescobrem, desmistificam a história, o carioca Marcos Correa é um exemplo singular devido às coincidências, que mais parecem milagres, ocorridas em 1969 quando foi pesquisar, em Paris, a vida do “Patriarca da Independência, o paulista, estadista, poeta José Bonifácio de Andrade e Silva (1763-1838) e encontrou, ao lado da sua assinatura, na lista de presença da “Assembleia Nacional” francesa, a assinatura dum tal de Antônio Xavier da Silva. Correa foi funcionário do Banco do Brasil, formado em grafologia e havia estudando durante um longo tempo a assinatura de José Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes. Achou incrível a similaridade, a semelhança daquela assinatura com a de Tiradentes. Aí começou as suas pesquisas que são contestadas, claro, mas a verdade um dia virá à tona. Tiradentes teria fugido, como D. Pedro II faria anos depois, incógnito, com a ajuda dos irmãos maçons, para a Europa.

Em 21 de abril de 1792 Tiradentes teria sido trocado por um ladrão, o carpinteiro Isidro Gouveia que havia sido condenado à morte em 1790. Teria assumido a identidade de Tiradentes com a promessa de uma significativa ajuda financeira à sua família. Muitas testemunhas disseram que o homem sacrificado e esquartejado não aparentava 45 anos e nem estatura similar a de Tiradentes. Seu corpo foi esquartejado e pedaços foram espalhados por Minas Gerais. Sua cabeça desapareceu. Hipólito da Costa em sua obra “Narrativa da Perseguição” documentou tais diferenças físicas. O escritor Martim Francisco Ribeiro de Andrada, no livro “Contribuindo”, de 1921: “Ninguém, por ocasião do suplício, lhe viu o rosto, e até hoje se discute se ele era feio ou bonito”.

Henrique Dias Especial para Opiniãopública

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