Um novo amanhecer
Embora tu seja o formar
da minha casa vazia,
Seu amor é como o viver de uma melodia.
Parece-me o som da pedra preciosa
lavada pela água do rio,
Esmerada, polida e minuciosa,
Libertando-se
dentro de um imenso universo de mágoa,
Sobrepujado pelo seu coração ansioso,
Predestinado ao preguiçoso lampejo
do pó outonal ,
Caído no vicejar do tempo
a florir teu sorriso,
Esperado a crescer junto aos respingos
e a espuma
Que habita a margem fresca
do meu furtivo desejo,
Receando os pecados da terra,
Que, entregue a dor,
fecha os olhos cansados
Para não ver minha amargura,
Sofrida no vestígio triste
das flores prisioneiras,
Encarceradas no vazio inquieto,
Sentenciando-me em suas aflições passageiras,
Quando estão deitadas
num vaso quebrado
Aguardando a hora derradeira,
Aspirando vir no tempo uma ultima canção,
Predita pelo canto de um sabiá;
Fazendo do meu imo
o salto da cachoeira,
Que, pela manhã, em pedaços,
Viaja por meus desafetos
e arrependimentos seguindo a vazão,
Que vai abrindo caminho
com a palma da mão,
Dolorida de tanto se machucar,
Na dureza das pedras retidas em seu coração.
Buscando descobrir
algum outro lugar seguro para lutar
contra a tristeza,
Imposta injustamente,
Pela sofreguidão de viver,
Procurando, em teu peito,
um novo amanhecer.
https://www.youtube.com/watch?v=OvG3DdilT-Y&nohtml5=False
Seja um doador
http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/orientacoes/site/home/informacoes_sobre_doacao_de_medula_ossea