No passado medieval

Em longínqua época, medieval,
O amor sempre os protegia,
Pois tinham corações cúmplices de casal,
E defendiam-se com maestria.

Numa investida trevosa,
Em casinha humilde de camponês,
Chegava o algoz com sua espada e estranha prosa,
De roubo injusto de um freguês.

O casal assustado, sabendo do que acontecia,
Quando a cisma recaia em povo sem vez,
Assumiam alternados a culpa que não tinha
Lugar ali, atuados por pura insensatez.

E um ao outro defendiam-se,
Assumindo um e ao outro, livrando
O companheiro por amor , sacrificava-se,
E ambos, tristes, acabaram chorando...

O algoz, aborrecido, confundiu-se,
com tamanha luz que apareceu a sua frente,
e atrapalhado, meio cego, despediu-se
deixando pra lá o intendo diferente.

O casal abraçado e aos prantos,
ajoelharam-se agradecendo ao Senhor,
que ainda estavam nesta vida por encantos,
de um Deus Bom, que lhes tinham muito amor.

 
Jane Azevedo
Enviado por Jane Azevedo em 17/04/2016
Código do texto: T5608216
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