Dói-me a impossibilidade de estar vivo

Observo-a esculpida em Carrara,

Aliviou-se dos braços,

Talvez por não ter mais o que escrever.

Afunda-me em seus pensamentos,

Sem ter o que fazer,

Flor rara de encantamento,

Declara tua existência,

Aprofunda-me no iluminar da consciência,

Por uma estrada nua, branca e pura;

Manhã de sol,

Ainda emaranhado aos raios de lua

que te perseguem,

Acendendo tochas douradas no azul do céu...

E logo tudo se torna azul com o dia

o azul que entorna da sua boca

Dos seus olhos, do teu seio...

Porém, os olhos dos seus olhos

Veem apenas

O que nos meus se perdeu,

E por decência,

Afasta o reflexo que esse mar trouxe a praia,

Como nuvens,

Cobrindo o infinito que nos permeia com estrelas do mar,

Estendidas na areia,

A morrer diante do oceano,

Depois de tanto amar...

Meu coração sem sorte trazia-te

À deriva, calada e só.

Acredito no amor

Guardado em seu peito, amada,

Como um amuleto.

Posso morrer agora que está dito,

Esquecer a flor do teu soneto,

O anoitecer de teus poemas, teus escritos,

Guardados no obsoleto bater do meu coração,

Que se armou de uma canção

na melodia de um poema por um “senão”,

Doído na impossibilidade de recitar a poesia,

Pendurada na parede do teu viver.

Queria ser,

Mas não sou esse quadro pintado,

Deixado a extinguir-se no corredor frio

Vigiado apenas pelo fitar vazio do seu olhar...

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