Despedida (aos amigos ausentes)

Do brejo vem a frieza,

A mata expõe-se, quando a noite cai.

Vem com tristeza arrepiar a alma,

Servir-se da minha pobreza de ser humano,

à natureza de seu breve caminhar...

Se gostar,

Carrega-me para longe,

Livra-me da terra,

Abre o espaço arredando as nuvens,

Empurrando-me no que existe em seu coração.

Serei o corpo nu de uma casca de noz, muda,

Encalacrada da semente perdida em teu perfume.

Guarda-me como o vaga-lume,

Inundando os carpetes estendidos no céu

E me resume como o pássaro que bica a tua pele,

Sem quê, nem porquê,

Apenas me alimente com esse teu amor,

Na ausência da vontade

de abrigar-me dessa necessidade

De manter-nos vivos...

Brilha no entardecer como a luz de um candeeiro,

O azeite a queima por inteiro,

Luz, que se acende em meus olhos,

Na placidez de uma noite,

Confunde-a com as estrelas...

Caminho passos tranquilos em sua direção,

Retirei o vergueiro que doía no coração,

Como o salgueiro chorão, sombreando a janela,

refresca com alívio a vela acesa,

Esperando que o vento tremule a chama,

E não a apague ,

Enquanto observo o sono dos amigos ausentes,

Inalterado por meu silêncio intenso.

Vem, roçado por uma flecha, à paridade,

Fazendo-se pele entorpecida,

Aberta em nós,

Como ferida num arranhão,

Deixando adormecida no coração a saudade.

A Morte de Paul McCartney

https://www.youtube.com/watch?v=WcRL7d4sMLs

https://www.youtube.com/watch?v=dPMZbEDl3Nk

Em 1966, logo após o lançamento do álbum Revolver, os Beatles pararam de excursionar em virtude da dificuldade de tocar ao vivo os arranjos cada vez mais complexos e inusitados de suas músicas. Este fato, aliado a um acidente de carro sem maiores consequências sofrido por Paul McCartney, deu origem ao surgimento algum tempo depois do maior e mais duradouro boato de todos os tempos: o de que Paul McCartney havia morrido e sido substituído por um sósia.

O boato inicia-se afirmando que Paul realmente morreu no dia 9 de novembro de 1966, após colidir num cruzamento, segundo dizem, a notícia chegou a ser veiculada numa emissora de rádio, mas tudo foi "abafado". A batida foi tão forte que chegou a desfigurá-lo, matando-o instantaneamente. Foi por isso que o empresário divulgou que os Beatles não fariam mais apresentações ao vivo. Paul tinha um sósia quase-perfeito de origem anglo-escocesa, que inclusive, teria sido dublê de Paul durante as filmagens de “A Hard Day’s Night” (64) e “Help!” (65). Logo, o tal sósia foi convocado - seu nome seria Willian Campbell (outras fontes citam que o nome do sósia seria Billy Shears, personagem que seria "apresentado" ao mundo, de forma velada, em Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band), já que os Beatles tinham contrato milionário com a Capitol Records.

Centenas de matérias em jornais, especulações de fãs e mesmo livros foram surgindo sustentando a versão da morte de Paul. As pessoas que acreditavam nisto se basearam em centenas de pistas que supostamente haviam sido deixadas de propósito pelos outros Beatles nas letras das músicas, nas capas dos discos e nos filmes posteriores da banda. Os Beatles sempre negaram qualquer envolvimento ou colaboração com os boatos. As "pistas", porém, contribuíram durante algum tempo para melhorar a divulgação e aumentar as vendas dos discos dos Beatles. Segundo a teoria, estas "pistas" teriam sido feitas por John Lennon que, indignado com a farsa, decidiu espalhar a notícia da morte de Paul. Entre estas pistas, a talvez mais famosa esteja presente na música Strawberry Fields Forever, onde Lennon, ao final, diz “I Buried Paul” (Eu enterrei Paul). Anos mais tarde, Lennon revelou que na realidade a frase era "Cranberry Sauce", o nome de um molho usado para temperar aves.

A possível morte de Paul McCartney

Paul teria morrido em um acidente de carro às 5 horas da manhã de uma quarta-feira, dia 9 de novembro de 1966. Sofreu esmagamento craniano e/ou foi decapitado ao colidir com outro veículo por não ter observado o sinal do cruzamento fechar, conforme teria sido contado posteriormente na música A Day in the Life: "he blew his mind out in a car... he didn't notice that the lights had changed" ("Ele arrebentou a cabeça num carro... não percebeu que o sinal havia mudado"). No acidente, seu rosto teria sido desfigurado e ele teria perdido seus dentes, o que inviabilizou a identificação do corpo (não existia, na epoca, exames de DNA para identificação). Desta forma, os outros Beatles teriam resolvido substituí-lo por um sósia.

De fato, Paul sofreu um acidente de moto que lhe valeu um corte no lábio superior e um dente quebrado. Nada muito grave além disso. Isto pode ser observado no vídeo de Paperback Writer e Rain, onde Paul parece com uma parte do dente quebrado e com os lábios inchados. Quanto a letra de A Day In The Life, Lennon compôs a letra após ler a notícia da morte do jovem socialite Tara Browne, herdeiro da cervejaria Guinness, de 21 anos, morto em 18 de dezembro de 1966. John estava tocando piano em sua casa quando leu a notícia da morte de Browne no jornal Daily Mail. Tara Browne estava dirigindo com sua namorada, a modelo Suki Potier, no seu Lotus Elan através da South Kensington em alta velocidade (alguns relatos sugerem cerca de 170km/h). Ele não conseguiu ver a luz do sinal de trânsito e prosseguiu através da esquina da Redcliffe Square com a Redcliffe Gardens, colidindo com um caminhão estacionado e morreu no dia seguinte.

Para a escolha do substituto teria sido foi feito um concurso nacional de sósias e o vencedor, William Campbell ou Billy Shears, após vencer o concurso teria feito algumas operações plásticas para aumentar sua semelhança com o Beatle morto e poder substituí-lo. A única falha que não pode ser corrigida foi a estatura de Billy Shears que é 4 a 5 centímetros mais alto que Paul.

Com o sósia colocado no lugar do verdadeiro Beatle, os demais integrantes da banda e seus produtores teriam começado a divulgar várias pistas para que os fãs pudessem descobrir que o verdadeiro Paul havia morrido. A maioria das pistas relatadas exige bastante senso crítico.

Início dos boatos

A suposta "morte de Paul McCartney" foi primeiramente noticiada em 12 de outubro de 1969 em uma rádio de Detroit, prefixo WKNR-FM, nos Estados Unidos, pelo disc jockey Russ Gibb. Ele havia recebido um telefonema de um ouvinte o instruindo para algumas pistas em músicas e capas de discos que indicavam a suposta morte. Russ Gibb neste dia leu a lista das pistas no ar e também improvisou algumas mais. Para seu espanto, os jornais locais levaram a sério esta brincadeira e publicaram a lista. No final do mês de outubro os boatos tinham se espalhado de tal forma nos Estados Unidos que obrigaram Paul McCartney, em férias na Escócia, a vir a público, em uma entrevista para a revista Life, desmentir os boatos sobre a sua morte. A partir daí, vários livros foram escritos e, cada vez mais, novos "fatos" foram sendo "encontrados" e adicionados à lista de indícios sobre a sua morte.

https://www.youtube.com/watch?v=cHCslW83vos&feature=youtu.be