A Gaiola

Somos dois pássaros perdidos,

Deuses celestes contidos,

De todos escondidos,

Sofrem com um lindo canto,

Das asas formam seu manto,

Do frio se abraçam e cantam.

Eis a prisão; Uma liberdade,

Do perigo, da morte e saudade,

Presos por sua superioridade,

Antes cedo do que tarde,

Um mundo frio e caótico,

Sua gorjeada é um narcótico,

Para um futuro eufórico,

A grande gaiola da imortalidade,

Prendendo sua mente, corpo e sanidade,

O bater de asa, a ira e a pena,

O cárcere de pena,

Como se forma o velho mecena.

Eles se estranham e não se entendem,

Em seus olhares de predadores eles prendem,

Os pássaros da paisagem,

Chegam num mundo sem margem,

Eis que conhecerão,

Tanto a si mesmo quando a união.

A porta se abre, há esperança,

Uma das aves farfalha e depois cansa,

O predador nato se tornou mansa,

Ir embora e deixar a imortalidade,

Ou ficar e perder a tonalidade?

Ambos agarram a porta e prendem-na num nó,

Preferem uma vida só,

Que uma vida só.