Amor,Supremo Deus
Flavo espectro de Satã nevoento
Capro revel,revoltoso visionário,
Na doçura de teu hino funerário
Algido leito a aflorar em luto
O clangor atroz da desgraça escuto
Do fundo arsenal tumultuário
Do universo fecundo e vario
Em cujo átrio desolador reluto.
Tange Deus a gloria clara da campina
Eco manado do azul na doçura
Seu pendão de piedade e impostura
Arremetendo a anca alabastrina
Hino fulgente e puro de Maria.
Satâ desnuda tua graça obscura
Baculo maduro de feroz orgia.
Nos umbrais do firmamento
Estrela cândida alicia
Os corcéis do carro do dia
A banhar no louro esquecimento
No estrondo rutilo, incessante,
Aves ébria da nadida poesia
Que esculpem a boemia maestria
Nas pregas secretas da treva ovante.
Quer ames a Satã ou louve s a Cristo
O amor pelos espaços é teu guia
Te conduzindo entre rosais de galhardia
Ao paraíso do Éden entrevisto.
Suas pombas cantam harmoniosamente
Vertem do escrínio néctar de poesia,,,
Preferes a Deus?De Satã a utopia?
Teu alimento é Vênus inebriante.
E não te faças de rogado,oh vivente!
Bocas de rubi, incrustradas pedrarias,
Sonoras aves anunciando os dias
Balsa de júbilos e dores virente
Haverão de colocar-te a fé na linha:
Balbuciaras, Marte lascivo guerreiro
Belo Apolo, Mercurio ferreiro,
Oh Vênus!Deusa imortal! Sê minha!!