Deborah

Ainda é outono e então,

A brisa já se anuncia

como um grão de primavera.

Pela janela entram ruídos intricados,

O blues gritado no solo do saxofone

dói em meus ouvidos,

Mas extasia a alma,

Balançando o velho gramofone.

O disco de quarenta e cinco rotações voa;

Passaram-se milhões de anos,

Que foram silenciando meus arranhões,

Por um instante apenas,

Afastando aquela dor

que remoía minha cabeça,

Só por te ver, por te ouvir,

Raiar enquanto ainda é flor...

Entrou em meu coração,

Tocou como nunca havia tocado,

Como se naquele momento,

A melancolia da alma sofresse um esvaziamento.

Pensei no torpor

em que tivesses me deixado...

Como aquele amor, um dia exilado,

não mais tocava a terra,

Pairava no céu,

Onde anjos me puxavam pela gola do paletó,

Enquanto outros costuravam nas nuvens

a camisa branca suja de tinta,

Desamarrando da garganta

o nó da gravata,

Para proteger um improviso inusitado.

Ah,(!) o sorriso arrependido,

Fora deixado de lado por um instante,

Sentava-me junto dele, no banco da praça,

mesmo sem a graça extenuante,

Com a qual escrevia.

Foi o mesmo sorriso que descrito

no pequeno bloco de anotações,

Feito em dor - eu te amo,

E com amor esvaziou-me os bolsos do coração.

Abriu as gavetas da alma

E dobrou cada página da minha vida,

Como se a tivesse vivido,

Como se fosse normal,

Fechando-a acomodada em ordem decrescente,

Intimamente ligada,

Porém, arrumada de forma original....

Sem nada mais escrever ou rabiscar,

Como queira,

Deixou a vontade de amar separar-se das ilusões,

O que o fez rimar o presente,

Ao qual estava à beira,

Acarinhando o corrimão da ponte,

Vislumbrando o futuro

Com um leve toque intimo do furo em sua luva,

Presa agora em seus dedos,

A visão da lua carregava suas mãos,

Enquanto a noite o perseguia,

e o som da tábua quebrada rangia sob seus pés,

o mal lhe caía nos ombros em segredo.

Pediu perdão ao céu,

Por tantos tombos, migalhas;

E agora, escritas as suas memórias,

Despedia-se com palavras quase falhas,

Cantarolando hinos de liberdade,

Que o levaram a voar para o horizonte,

Pobre, mas sem o peso de uma vida

Quem o viu garante:

-ele sumiu, entre o cimo das nuvens,

Agarrando-se à crina esvoaçante de um corcel....

Deborah

https://www.youtube.com/watch?v=eFm_iw5KE0w

Descobriu-se que o coração contém um sistema nervoso independente e bem desenvolvido com mais de 40 mil neurônios e uma completa e espessa rede de neuro-transmissores, Ele é inteligente. Graças a esses circuitos tão elaborados, parece que o coração pode tomar decisões e passar à ação independentemente do cérebro; e que pode aprender, recordar e, inclusive, perceber. Existem quatro tipos de conexões que partem do coração e vão para o cérebro da cabeça. A comunicação neurológica mediante a transmissão de impulsos nervosos O coração envia mais informação ao cérebro do que recebe, é o único órgão do corpo com essa propriedade e pode inibir ou ativar determinadas partes do cérebro segundo as circunstâncias. Significa que o coração pode influenciar em nossa maneira de pensar, em nossa percepção da realidade e, portanto, em nossas reações. A informação bioquímica mediante Hormônios e Neuro-Transmissores É o coração que produz o hormônio ANF, aquele que assegura o equilíbrio geral do corpo: a Homeostase. Um dos efeitos é inibir a produção do hormônio do estresse e produzir e liberar a Oxitocina, que é conhecida como o hormônio do amor. A comunicação biofísica mediante ondas de pressão Parece que através do ritmo cardíaco e suas variações, o coração envia mensagens ao cérebro e ao resto do corpo. A comunicação energética O campo eletromagnético do coração é o mais potente de todos os órgãos do corpo: 5 mil vezes mais intenso que o do cérebro. E tem-se observado que muda em função do estado emocional. Quando temos medo, frustração ou estresse se torna caótico. E se organiza com as emoções positivas. Sim. E sabemos que o campo magnético do coração se estende ao redor do corpo entre dois ou quatro metros, ou seja, todos que estão ao nosso redor recebem a informação energética contida em nosso coração. A que conclusões nos levam estas descobertas? O circuito do cérebro do coração é o primeiro a tratar a informação que depois passa para o cérebro da cabeça. Não será este novo circuito um passo a mais na evolução humana? Há duas classes de variação da frequência cardíaca: uma é harmoniosa, de ondas amplas e regulares e toma essa forma quando a pessoa tem emoções e pensamentos positivos, elevados e generosos. A outra é desordenada, com ondas incoerentes e aparece com as emoções negativas. Sim, com o medo, a raiva ou a desconfiança. Mas há mais: as ondas cerebrais se sincronizam com estas variações do ritmo cardíaco; ou seja, o coração incentiva a cabeça. A conclusão é que o amor do coração não é uma emoção, é um estado de consciência inteligente. O cérebro do coração ativa no cérebro da cabeça centros superiores de percepção completamente novos que interceptam a realidade sem se apoiar em experiências passadas. Este novo circuito não passa pelas velhas memórias, seu conhecimento é imediato, instantâneo e, por isso, tem uma percepção exata da realidade. Está demonstrado que quando o ser humano utiliza o cérebro do coração, ele cria um estado de coerência biológica, tudo se harmoniza e funciona corretamente, é uma inteligência superior que se ativa através das emoções positivas. Este é um potencial não ativado, mas começa a estar acessível para um grande número de pessoas. E como posso ativar esse circuito? Cultivando as qualidades do coração: a abertura para o próximo, o escutar, a paciência, a cooperação, a aceitação das diferenças, a coragem. É a prática dos pensamentos e emoções positivas. Em essência, liberar-se do espírito de separação e dos três mecanismos primários: o medo, o desejo e a ânsia de controle, mecanismos que estão ancorados profundamente no ser humano porque nos têm servido para sobreviver por milhões de anos. E como nos livramos deles? Assumindo a posição de testemunhas, observando nossos pensamentos e emoções sem julgar e escolhendo as emoções que possam nos fazer sentir bem. Devemos aprender a confiar na intuição e a reconhecer que a verdadeira origem de nossas reações emocionais não está no que ocorre no exterior, e sim no nosso interior. Cultive o silêncio, entre em contato com a natureza, viva períodos de solidão, medite, contemple, cuide de seu entorno vibratório, trabalhe em grupo, viva com simplicidade. E pergunte a seu coração quando não sabe o que fazer. O Ser Humano leva consigo um potencial extraordinário de consciência, inteligência, sabedoria e amor; recentes descobertas cientificas constatam isso. Hoje, vá aonde for, faça o que fizer, esteja com quem estiver, seja sua principal intenção buscar e encontrar razões para se sentir bem quando vê, ouve, cheira, saboreia ou toca algo. Tenha o propósito de solicitar, experimentar, exagerar, falar e desfrutar do melhor que obterá do seu coração a todo momento.