Mãe...

Mãe, chegando à nossa casa,

casa simples, feita de madeira;

ainda na sala está aquele relógio velho

que, às vezes me fazia viajar no mundo da mágica,

onde toda criança sonha em estar.

Adentrando-se mais profundamente,

vou a cozinha onde há aquelas manchas de gordura,

gordura de biscoitos fritos e pastéis de queijo que só você

fazia para mim nas horas vagas.

Vou ao seu quarto,

sinto aquele cheiro de alfazema no ar,

lençois encardidos estendidos em sua cama,

que há anos atrás eram brancos como neve,

local muitas vezes, que você me acolheu e cantava

uma canção de ninar.

E o tempo foi passando, mesmo assim,

deitava em sua cama para sentir-me protegido,

com sua presença, e em alguns momentos

notava lágrimas escorrendo nesse rosto de mulher,

mulher que amou e ensinou, que sofreu e riu.

Mãe, indo ao meu quarto

vejo ainda aquele carrinho azul

que você no dia do meu aniversário

me presenteou num embrulho amarelo.

Vou ao jardim e olhando aquelas orquídeas secas,

lembro-me que você cuidava e amava aquelas flores,

e todos os dias as colhia e as colocava na sala

para que o seu perfume exalasse.

Hoje, levo ao seu túmulo outras orquídeas, só que compradas,

não exalam aquele perfume cuidadas pelas suas mãos

e pelo seu amor.

E com essas lembranças posso dizer

que fui o filho mais feliz do mundo

pois tive em minha vida a melhor MÃE DO MUNDO.