Magda

Já a deixei escapar entre os meus dedos

Mas hoje, ela ainda me assola pelos meus sonhos

Mesmo depois de anos caídos sobre nossos pés

E quilômetros entre nossas faces

O nome dela ainda me desperta certa euforia

A mesma daquela do primeiro pássaro que canta

Que de tão feliz de despertar uma orquestra matutina

Infla e solta sua voz, com todo o vigor de uma sinfonia

Carecer-me-ia de amor se não tivesse tido sua presença

Sua inexistência me declararia uma pessoa diferente

Mas a consequência do nosso flerte foi uma abominável e santa sentença

Porque há os que tocam, os que dançam, cantam,

Já eu numa triste alegria sou um dos que escrevem

Na minha ascenção, vandalizei meu coração

Pichei cada parede vascularizada com seu nome

Criei poemas mais vazios do que vasilhas de mendigo

E os troquei, os vendi por beijos, como quem apenas queria matar a fome

Às vezes toda essa nostalgia me consome num gosto tão amargo

Como esse poema que surgiu numa madrugada instável

Mas todo esse paralelismo de uma paixão impossível

Corrói as membranas do meu líbido

Tornando meus animos, ânsias,

Meu rock, meu mundo, cego e surdo

Mas assumo, tudo foi muito insano

Acho que era assim que deveria ter acontecido

Eu te amei como eu te amo

Volph
Enviado por Volph em 23/06/2016
Reeditado em 17/10/2016
Código do texto: T5676787
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