O LAMENTO DE JOANA CARDA

Era tarde, pensei ter ouvido um chamado e fui à janela. Abri as portas, sai para a rua.

Ninguém chamava... Tinha mesmo, do meu amado, ouvido o canto?

De volta, olhei atenta da janela semicerrada. Deixei uma porta entreaberta escancarada fiquei.

- É Nada, conclui, apenas a voz do vento

em ronda triste.

Por que o vento uiva, por que chama quem ainda ouve e convida? É a ciranda dos desalojados da alegria...

Se era mesmo o vento cantando o seu nome, por que na dança emudecido grito no peito abafo? Té ainda o certo não sei...

A bem da verdade, de aprisionar essa voz emudeco que nem fosse passarinha presa.

De vez em quando ainda conto, conto que voa longe aqui dentro a dúvida: teria ouvido eu mesma aquele canto ou seria você chamando de mansinho?

Antônio B.

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 01/07/2016
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