não permitas que somente a vida aconteça

só em teus braços componho melodias

construo-me nos momentos de teu silêncio

se a cada um não, mais da vida eu sei

e em si mesmo, em cada um há uma prisão

e sem que percebas, a vida nos ilude

e na dor dos outros, a tua dor se alivia

como sou e serei sem que digas o que tu és?

se me desconstruo em sua existência finda

saber-te prisioneira em tua beleza

se acreditamos em que não vemos

por medo, sem saber que és meu destino

se em que nos vemos não acreditamos

se nos cativamos e fazemos sofrer

na tua beleza de alma eu me devoro

e em tua rubra boca me enveneno

é no teu corpo que minh'alma existe

sabes que um dia a beleza ofusca e passa

mas quando se abres como uma aurora

extasia-me, faz-se a bela e me deslumbra

te vislumbro como um desabrochar em flores

e se te doas por tudo e tanto me encanto

me busco em tua paz, se és meu repouso

anseio em tanto amor e o quanto amas

espero em teu peito os botões de rosa

por tanto amar teu desabrochar em vida

que eu tanto sofra se nos ver na dor

se me reconheces em duas almas antigas

foi o encontro nosso pelo maior destino

e o mesmo destino que se fez ingrato

se em teu corpo jovem me envelheço

a ironia foi destino antes do nosso amor

e se agora soube em minha dura sina

pior saber-te da ambição dos outros

do egoismo a enclausurar-te bela

libertar-te, é por tanto amar-te à vida

se te deixo partir, eu te suplico livre

pois sem teu amor, liberta-se por mim

e se me abandonas para que não sofras

saberei, se não haveremos nós num hoje

sou sem amar num nós e a morte me clama

da sua dor sei que em tuas palavras sangras

iluminas com seu amor os meus labirintos

lá onde sei, te perco dos meus caminhos

pois trouxeste a plena luz de teus carinhos

me desprezo a morte para saber-te feliz

apenas que saibas para onde foi a vida

se és forte, saberás, é a minha razão de vida

e então saberei da minha vida sem mim

importo com meu fim sem teus carinhos

importo o não viver, se viver sem teu amor

que breve eu seja, pois sem amar-te em nós

sem nosso amor a vida não tem sentido

aconteça em vida pelo verdadeiro amor

não se permita que a vida te aconteça

és teu o amor e faça-o acontecer em tua vida

se o destino é meu e seguirei com a minha dor

em sentimento que se represa, o amor transborda

numa inundação é inevitável o seu curso d'água

o amor está a espreita entre o desejo e a dor

num mundo nos deseja, um mundo de dois corações

não permitas que somente a vida aconteça

no mundo de dois corações viver num só

Leia mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=311322 © Luso-Poemas

http://interludioepoesias.blogspot.com.br/2016/07/quando-amanhecer-vanessa-da-mata-feat.html

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música

https://youtu.be/Nc8-XdaCytU

Quando Amanhecer [Vanessa da Mata] feat. Gilberto Gil

álbum "Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias".

http://www.vanessadamata.com.br/

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imagem

https://2.bp.blogspot.com/-SPaC3mKuaHk/V3mxFveaiRI/AAAAAAAACmc/B0lNIZILBJkbSBFdL1DL3dFPe_hw8sYEwCLcB/s1600/%25C3%2581rea%2Bde%2Btransfer%25C3%25AAncia22.jpg

Arte e solidão

Guy Rose (1867-1925) é um nome muito talentoso dos impressionistas dos EUA. Pintou este quadro ( La Mère Pichaud) em 1890. Uma senhora olha a cadeira vazia de forma expressiva. A pintura é da fase francesa dele, quando estava próximo a Monet. O outro é do pintor acadêmico inglês Charles Spencelayh (1865 - 1958) e se chama “A cadeira vazia” (The empty chair) , de 1922. Os dois falam do envelhecimento, da espera, dos parentes que não chegam e da dificuldade em lidar com o abandono. Arte, às vezes, dói.

http://www.guyrosegallery.com/

https://www.flickr.com/photos/nogtow/sets/72157625152860375/

neanther thals
Enviado por neanther thals em 04/07/2016
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