UMA ULTIMA NOITE DE AMOR

O quarto vazio
às quatro da madrugada,
abro os braços e me estico todo
tentando alcançá-la;

ao tocar o travesseiro vazio,
desequilibro-me na túmida solidão
da noite, que se vai escorrendo
liquida e silentemente

- fora há anjos ao jardim,
sobre os finos arames dos varais,
a sussurrarem sobre mortes ícaras
e ressurreições fênix -,

entre as esquálidas paredes do quarto
- antes vivas com a presença dela –
e sob a luz neon apagada;
vai-se-me também esvaindo
a alma naufragada,

sem nenhuma harmonia plácida
e sem nenhuma esperança grávida
para enxugar-me as lágrimas."
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 19/07/2016
Reeditado em 19/07/2016
Código do texto: T5702861
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