Joia rara

Guardo teu silêncio como joia rara.

O gosto de antes, nem é tão ruim.

A antiga ferida, não cura, não sara.

Então me perco entre o não e o sim.

E do silêncio, bebo e mato essa sede,

Bendito amargo que desce pela boca;

Nem frio, nem quente, maduro, verde.

Áspero, às vezes macio quando se toca...

E a dor desse sentimento que invade,

Ainda faz o peito doer, e latejar tanto;

E o sol quando amanhece nessa cidade,

Aquece cada lamento triste do pranto...

E o não e o sim, se perdem em incertezas,

Me perco em versos mais lindos, belezas;

Que uma alma sabe ofertar, poeticamente,

Pintura perfeita, do verbo amar, não mente.