Saudade

Há entre mim e a noite

Uma janela de saudade

Com sombras cortadas à espada

Que choram no suplício dos dias

A sede da tua ausência

Olho-te com olhos de casas vazias

E atravesso portas

Como se penetrasse no peito

Do teu corpo de lua cheia

Agora tu não existes

Mas deixa-me inventar-te

Porque tu és feita de mar

E eu apenas um rio

Que corre em maré cheia

E a querer em ti desaguar

Tento construir em todas as ruas

O teu nome em arabescos coloridos

Mas que se leiam no fundo

Do tempo sem memória

Pois para além de mim

Há beijos enlouquecidos

Que ficaram à beira mar

Quando o sol se Pôs.

lucianobarata
Enviado por lucianobarata em 19/07/2007
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