Nos invernos destas ruas, caminhei menino,
Levando na alma a armadura do descrente,
Que forçado pela ditadura do cruel destino,
Só  vislumbra um mundo mau e indiferente.
Na minha estrada, sem postos de esperança,
Só se erguiam soturnas torres de melancolia,
De cores tristes, numa invernal semelhança,
Com aqueles lugares sombrios onde eu vivia.
Mas quando eu te encontrei no meu caminho,
Aquele mórbido tom cinnzento das paisagens,
Transformou-se num céu de cor e variedades. 
Desde então eu nunca mais me senti sozinho,
Porque embarquei na mais segura das viagens,
Onde a vida é um lindo mar de possibilidades.