MORRER POR TI

No relevo do teu corpo escultural

Traz os cinco oceanos dos sonhos

Quimeras nos líquidos medonhos

Cemitérios de embarcações e sal.

Traz na tez nívea, na cútis acetinada

Arrebóis dos sóis pousando em mares

Na voz traz os mais angelicais cantares

Que chegam juntamente com a alvorada.

No olhar enluarado, penetrante e profundo

Colombo faz descoberta de um novo mundo

O poeta inspiração para os mais belos versos

O físico se contentará com a riqueza de universos.

Os cabelos escuros, aloirados por muitos meses,

Caem em ondas volumosas em praias de espumas

Pelo teu colo largo, de alvas areias brilhantes e nuas,

Cobrindo as omoplatas, cobrindo os seios, por vezes.

Mãos mornas e macias que trazem os dedos rosados

Braços finos que deixam transparecer tuas veias azuis

O conjunto todo é um complexo arquitetônico de luz

Que ferem os meus olhos amantes e molhados.

Se um dia estiver no teu oceano pedindo por socorro

Peço a quem ouvir os meus gritos lancinantes que não

Me joguem uma tábua salvadora ou mande embarcação:

Quando estiver mergulhado em ti, afogo feliz, feliz... Morro!

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 09/08/2016
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