Captura

agarrei o tempo

de ter tempo

sem tempo

de te amar

olho-te nua

sem limites

nem condição alguma

apenas olhar-te

fixamente

tão fixamente

que as mãos descem

a tua pele

e ao rosto voltam

sem palavras

nem conversas

apenas as mãos

percorrem subtis

o teu calor

e me estrangulas

as nádegas

contra a púbis

agarrei o tempo

de ter tempo

sem tempo

de te amar

e agora

que fazes

ao tempo

capturado